É comum um aluno ficar sem saber o que fazer ao se deparar com uma integral por partes cíclica, pois parece que o cálculo não vai parar nunca, uma vez que ele chega sempre ao mesmo resultado. Caso estejas nessa situação ou não queira passar por isso, este artigo é para você, nele irei explicar o que é, como identificar e resolver a integral cíclica.
O que é uma integral por partes cíclica?
Basicamente, se trata de um caso particular da integração por partes, onde ao longo da resolução a integral que você está querendo calcular reaparece, fazendo com que você fique aplicando o método várias vezes seguidas, sem chegar em um resultado para a integral original. Vale a pena ressaltar que essa integral não tem nada a ver com as “integrais cíclicas” que são vistas no cálculo vetorial.
Como calcular uma integral por partes cíclica?
O processo de resolução será o mesmo que o da integração por partes, mas quando a integral original aparecer na expressão resultante, iremos passá-la para o outro lado da equação, e para finalizar, dividimos ambos os lados pela constante que estiver multiplicando a integral que queremos calcular. Esse pequeno detalhe é muito simples de se realizar, no entanto, pode ser difícil de visualizar a possibilidade de utilizar esse recurso.
São pouquíssimas as situações em que isso acontece, portanto, os dois primeiros exemplos que mostrarei, não são exclusivos desse método, ou seja, daria para resolvê-los utilizando o método da integração por substituição. Coloquei-os para que aprenda uma nova forma de solucioná-los, e para visualizar em mais exercícios a situação de ciclicidade que ocorre ao se utilizar a integração por partes.
Exemplo 1: Calcule a integral a seguir
Já que queremos utilizar a integração por partes, precisamos de um produto entre duas funções, então, vamos reescrever a integral acima
Utilizando o LIATE para definirmos nosso
Em seguida, encontramos quem é
Agora, utilizamos a equação da integração por partes para dar continuidade à resolução
Olha só quem apareceu na expressão, a integral de
Se tivéssemos
Como queremos saber o valor da integral em si, não de duas vezes ela, dividimos ambos os lados por
Chegamos na resposta, se quisermos conferir se ela está correta, basta a derivarmos, se conseguirmos voltar para a função antes de ser integrada, significa que acertamos.
Exemplo 2: Calcule a integral a seguir
Dessa vez temos duas funções trigonométricas se multiplicando, quem considero como sendo
Substituindo na equação da integração por partes
A integral que queríamos calcular apareceu no meio da resolução, então, vamos passar o termo semelhante para o outro lado da equação.
Para fechar com chave de ouro, dividimos por
Exemplo 3: Calcule a integral a seguir
O terceiro e quarto exemplos, são casos típicos de integrais por partes cíclicas, não sendo possível solucioná-los por outro método (não facilmente, pelo menos). Primeiramente, vamos escolher
Novamente, utilizaremos a equação das integrais por partes para prosseguir
Caímos em outra integral por partes, teremos que resolvê-la para dar continuidade ao exercício (chamarei essa integral de
Escolhendo
Olha só quem apareceu, a integral que queremos calcular
Estamos chegando ao “grand finale”, faltando apenas passar o termo repetido para o outro lado e dividir toda a equação pela constante que aparecerá no processo
Exemplo 4: Calcule a integral a seguir
Por fim, temos acima uma integral trigonométrica, cuja resolução exige pouquíssimo do conhecimento acerca da trigonometria (por esse motivo, coloquei-a nesse artigo e não no de integral trigonométrica). Comecemos separando a potência em
Na sequência, escolhemos
Para fazermos aparecer a integral de
Podemos separar a integral de
O processo, a partir de agora, será o mesmo que fizemos até então: Deixar os termos semelhantes de um mesmo lado da equação e dividir ambos os lados pela constante que surgir dessa junção