Neste artigo, abordarei a história dos números negativos, explorando como civilizações antigas, como a chinesa e a indiana, começaram a entender números como indicadores de excesso e déficit. Destacaremos o papel do matemático Brahmagupta na formalização desses conceitos e como, inspirados em práticas comerciais, surgiram os sinais de positivo e negativo tanto utilizamos hoje em dia.
Na antiguidade, os matemáticos chineses abordavam os números de uma maneira interessante, considerando-os como representações de excesso ou falta. Para realizar cálculos, utilizavam tabuleiros, onde os excessos eram simbolizados por palitos vermelhos e as faltas por palitos pretos. De forma semelhante, na Índia, os matemáticos também lidavam com esses números peculiares. Brahmagupta, um notável matemático indiano nascido em $598$ d.C., descrevia os números como se fossem posses ou dívidas.
No entanto, naquela época, não havia símbolos específicos para realizar operações com esses números, que eram vistos como “absurdos”. Após inúmeras tentativas sem sucesso, os matemáticos finalmente desenvolveram símbolos que permitiam a operação com esses números de maneira eficaz. Observando a prática dos comerciantes, os matemáticos notaram que, se um comerciante começasse o dia com duas sacas de feijão de $40$ quilogramas cada e vendesse $7$ quilogramas ao longo do dia, ele marcava um $-7$ para indicar a falta. Se, por outro lado, resolvesse transferir os $3$ quilogramas restantes para outra saca, ele anotava $+3$ para indicar o excesso de $3$ quilogramas em relação à quantidade inicial. Inspirados por essa prática comercial, os matemáticos introduziram o conceito de números com sinais: Positivos (+) ou Negativos (-).
Formado em Eletrotécnica pelo IFRN, além de ter cursos de Matemática Básica e Cálculo pela empresa Help Engenharia.